Vozes de Angola: grupo se apresentou no encerramento dos trabalhos de comemoração ao Dia da Consciência Negra (foto | TJPR)
O Tribunal de Justiça realizou, no dia 19 de novembro, um evento em homenagem ao Dia da Consciência Negra. Foi uma ação conjunta da Comissão Socioesportiva e Cultural do Tribunal de Justiça, do Observatório Interinstitucional dos Direitos Humanos, da Comissão de Igualdade e Gênero, da Escola Judicial do Paraná (EJUD-PR) e do Ateliê de Inovação.
Os trabalhos foram iniciados pelo 1° Vice-Presidente do do Tribunal, desembargador Luiz Osório Moraes Panza. Em seguida, integrantes da mesa-redonda levantaram reflexões sobre como promover ações afirmativas no âmbito do Judiciário paranaense. A plateia também foi convidada a contribuir com questionamentos e considerações.
O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, busca destacar a importância do reconhecimento dos descendentes africanos na constituição e na construção da sociedade brasileira. Alguns integrantes da mesa-redonda compartilharam histórias pessoais sobre a vivência, como pessoas negras, em sociedade e também no exercício da magistratura: “Sempre que eu falo da questão racial, eu gosto de situar onde eu me vejo nesse espectro. Eu sou uma mulher parda, sempre me autodeclarei parda, mas eu não tinha consciência do que significava ser parda, não tinha consciência da questão racial, nunca tinha feito esse tipo de reflexão. Pra mim, isso ainda é muito recente. Essa consciência de que o pardo integra a raça negra, e o quanto isso é transformador. Então, a consciência é o primeiro passo para a gente transformar a sociedade”, disse a juíza da Vara Cível e da Fazenda Pública de Fazenda Rio Grande, Louise Nascimento e Silva.
“Meu pai foi juiz do Tribunal de Justiça, o primeiro juiz negro, e sinto muito orgulho do trabalho que ele fez. E ele se sente muito orgulhoso por eu ter seguido os passos dele na magistratura. Acho esse evento muito importante. Aqui, a gente também tem voz. E eu digo aos presentes que, após 15 anos de magistratura, eu consegui falar a respeito do preconceito, da segregação, graças à Comissão de Igualdade e Gênero formada pelo Tribunal de Justiça”, compartilhou a juíza de Guarapuava Luciana Luchtenberg Torres Dagostim.
No final das discussões, foi convidado para apresentação musical o grupo Vozes de Angola, formado por jovens cantores angolanos, deficientes visuais que chegaram no Brasil em 2001, refugiados da guerra. O tema do show foi Chocholosa, que significa “siga em frente”: desistir nunca, persistir sempre e acreditar até o fim.
O evento foi transmitido pelo canal do YouTube da EJUD-PR. Confira a solenidade na íntegra.