Moro: responsável pela Lava-Jato em Curitiba, juiz federal teria prejudicado investigações que envolvem o governo de São Paulo

 

Setores ligados ao Ministério Público de São Paulo acusaram o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, de dificultar as investigações da Lava-Jato realizadas naquele Estado. A queixa foi divulgada no domingo (12/2), numa reportagem de Ricardo Galhardo, de O Estado de S. Paulo. Diz a matéria; “Segundo promotores paulistas, o principal motivo para que as investigações no Estado andem em marcha lenta, apesar de indícios apurados pela Lava-Jato, é a falta de colaboração entre a força-tarefa de Curitiba e o Ministério Público paulista”. São apontados pelo menos três casos de suspeitas que envolvem contratos do governo de São Paulo, comandado pelo PSDB, com empresas investigadas. Em todos eles, Moro teria negado o compartilhamento de provas.

Inquéritos arquivados – A atuação do Ministério Público envolve onze inquéritos cíveis instaurados a partir de 2014. Três deles já foram arquivados, e os outros seguem o mesmo caminho. Há situações em que nenhuma testemunha chegou a ser ouvida. O Ministério Público paulista analisou acusações de que teria havido pagamento de propinas em contratos firmados entre o Executivo estadual e empresas investigadas. As negociações dizem respeito a obras na rodovia Mogi-Dutra, onde há suspeita de que R$ 68 milhões – cerca de 5% do valor do contrato – teriam sido desviados. Para dar continuidade aos trabalhos, a equipe paulista solicitou anotações apreendidas pela Polícia Federal. A força-tarefa de Curitiba, porém, não teria mostrado disposição para ajudar. “Pedi o compartilhamento, e foi indeferido. Minha investigação não avança mais por causa desse indeferimento”, afirmou o promotor Marcelo Milani.

Constrangimento – Ainda segundo o jornal, “outro momento de constrangimento ocorreu em outubro do ano passado, quando promotores que investigaram o apartamento tríplex atribuído ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que nega ter vínculo com o imóvel – acusaram Moro e a juíza Maria Priscila de Oliveira de fazer um ‘acordo de cavalheiros’ para excluir do MPE do caso”. Os promotores paulistas sustentam que têm a prerrogativa para investigar delitos na área cível. A Justiça Federal de Curitiba não chegou a divulgar uma resposta formal às reclamações.

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