Vários países no mundo obrigam as pessoas a se vacinarem. Enquanto a quase totalidade da população do planeta não estiver vacinada, podem surgir novas variantes que ameaçam todo resto. As pessoas têm a liberdade constitucional para não se vacinarem? Balela! Não há essa escolha, pois se tratamento de um interesse coletivo, o direito individual não prevalece.

Na Itália, um decreto-lei de 7 de junho de 2017, nº 73, prevê as seguintes vacinas obrigatórias para menores de zero a dezesseis anos e para menores estrangeiros não acompanhados: anti-poliomielite, anti-difteria, anti-tétano, anti-hepatite B, coqueluche, anti- Haemophilus influenzae tipo b, anti-sarampo, anti-rubéola, anti-caxumba e anti-varicela.

No momento da matrícula na escola, caso não seja comprovada a vacinação, é ativado um programa de recuperação vacinal e é possível que os genitores sejam multados de 100 a 500 euros. Para os profissionais da saúde, a vacina da Covid e as doses de reforço são obrigatórias. Recentemente a vacina contra a Covid tornou-se obrigatória aos maiores de 50 anos, e há a instituição do passe super verde para o trabalho, que terá início no dia 15 de fevereiro.

As penalidades são: de 100 euros pelo simples fato de não se submeterem às administrações, embora sejam obrigados (porque têm mais de 50 anos); a suspensão do trabalho, sem remuneração, se a pessoa obrigada a receber a vacina for trabalhador; uma multa de 600 a 1500 euros se a pessoa obrigada a vacinar for apanhada no local de trabalho sem passe verde reforçado (de vacinação ou recuperação). Em caso de reincidência, a pena é duplicada para até três mil euros.

Essas medidas, na Itália, somam-se às normas que prescrevem o passe verde reforçado para acesso a determinados serviços e atividades como restaurantes, academias, trens, ônibus, cinemas, teatros, estádios. Nestes casos, aqueles que são obrigados a ter um passe verde reforçado e, portanto, vacinados (independentemente da idade), caso não comprovem a vacinação, estão sujeitos a uma pena adicional de 400 a 1000 euros se forem apanhados sem passe verde reforçado nos locais onde é obrigatório.

Outros países europeus estão adotando medidas semelhantes. Esses são exemplos para o Brasil, na linha da prevenção vacinal obrigatória. Se a pessoa não quiser se vacinar, ela não poderá frequentar locais públicos, não poderá trabalhar e pagará multas pesadíssimas por essa escolha.

 

Cláudio Henrique de Castro é advogado e professor de Direito.