O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) denunciou, em nota de repúdio, a desativação da campanha Em defesa do serviço público e contra a reforma administrativa, feita pelo Facebook”. Segundo o documento, “está muito claro o motivo da desativação da página da campanha: trata-se de perseguição política e cerceamento ao direito à liberdade de expressão, como temos observado, por exemplo, em bloqueios das redes sociais de Mark Zuckerberg contra outras campanhas politicas e eleitorais do campo progressista” (confira, abaixo, a íntegra da nota).


Nota de repúdio

 

O Fonasefe vem a público denunciar que o Facebook desativou arbitrariamente a página da campanha Em defesa do serviço público contra a reforma administrativa, levada a cabo pelos servidores públicos federais. A desativação ocorre durante a pandemia, num momento crucial em que o governo Bolsonaro e a maioria do Congresso Nacional buscam prejudicar o povo brasileiro novamente. A reforma administrativa proposta por Paulo Guedes acabará com os concursos públicos na prática, e ampliará a terceirização e a privatização de serviços públicos essenciais, como saúde e educação.

Isso aumentará a desigualdade social e a corrupção no país, com a destruição desses serviços e com o aumento dos cabides de emprego e de práticas como a rachadinha de salários entre funcionários comissionados e políticos. É notório e está sendo divulgado em diversos meios de comunicação nos últimos meses que o Facebook tem restringido as postagens políticas, e isso atinge diretamente as organizações sindicais e os partidos de oposição ao governo Bolsonaro. Apesar de ser uma organização privada, o Facebook não está acima da Constituição brasileira, que defende o direito à liberdade de expressão.

A página de nossa campanha sofreu uma primeira desativação temporária no início da tarde do dia 30/9/2020, justamente na data de um grande ato em defesa do serviço público em que seria usada para fazer sua transmissão, e depois foi reativada no período da noite do mesmo dia.

Depois, no dia 8/10/2020, o Facebook nos enviou nova mensagem de desativação. Solicitamos análise, e o Facebook nos respondeu com a seguinte mensagem, em 9/10/2020: ‘Você não pode usar o Facebook porque a sua conta, ou a atividade nela, não seguiu os padrões de nossa comunidade. Nós já analisamos essa decisão e ela não pode ser revertida. Para saber mais sobre os motivos pelos quais desativamos contas, acesse os padrões da comunidade’. E nada mais.

Para o Fonasefe, está claro o motivo da desativação da página da campanha: trata-se de perseguição política e cerceamento ao direito à liberdade de expressão, como temos observado, por exemplo, em bloqueios das redes sociais de Mark Zuckerberg contra outras campanhas políticas e eleitorais do campo progressista. A nossa página ataca diretamente os interesses políticos do governo e dos empresários do país, que desejam, com a reforma administrativa, destruir os serviços públicos, para que o povo seja obrigado a pagar por serviços privados.

Por isso, o Fonasefe repudia as práticas antidemocráticas do Facebook, convoca a todos aqueles que defendem a democracia e a liberdade de expressão a se juntarem à luta pela reativação da página da campanha e informa que vai tomar as medidas legais cabíveis contra esse absurdo. Não vão nos calar!

 

20 de outubro de 2020.