Obsessão terrível: sem se importar com o impacto social e sanitário do coronavírus, Paulo Guedes, ministro da Economia, insiste em desrespeitar o funcionalismo público

 

A Associação de Base dos Trabalhadores do Judiciário do Estado de São Paulo (Assojubs) lançou, no dia 18 de maio, uma nota em que contesta afirmações de Paulo Guedes, ministro da Economia, numa coletiva realizada três dias antes, em Brasília. A íntegra do documento é reproduzida a seguir.

 


Sobre a fala do ministro Paulo Guedes

 

A Associação de Base dos Trabalhadores do Judiciário do Estado de São Paulo (Assojubs) repudia veementemente a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, que em mais um ataque aos servidores públicos os comparou a ‘assaltantes’ durante coletiva realizada no dia 15 de maio, no Palácio do Planalto, em Brasília.

Ao defender o congelamento dos salários do funcionalismo público, assunto que virou sua atual obsessão, o ministro atacou os servidores, pedindo para que ‘não assaltem o Brasil, quando o gigante está de joelhos’. Com essas palavras, deixou evidente seu entendimento de que são os funcionários públicos os que roubam o País e os responsáveis pelos problemas econômicos.

A declaração de Paulo Guedes é mais uma entre as inúmeras que fazem parte de uma campanha de desmoralização do servidor público que o atual governo vem promovendo desde o dia que assumiu o comando do País. Em episódio anterior, o ministro já havia comparado os servidores públicos a ‘parasitas’.

Diante de uma situação atípica devido à pandemia do Covid-19 no Brasil, cujo funcionalismo público se mostra essencial na linha de frente de combate ao vírus, a manifestação do ministro é um desserviço à população e uma ofensa à dedicação e ao profissionalismo dos servidores em meio à desordem instalada pelo governo no enfrentamento à doença.

Enquanto elege os servidores como culpados pelas dificuldades enfrentadas, principalmente as econômicas, e cobra sacrifício deles, segue mantendo os altos salários da corte política, as isenções fiscais de instituições e empresas e se nega a avançar com o projeto de taxação de grandes fortunas.

 

18 de maio de 2020.