Sob nova direção: nomeado pelo Ministério da Justiça, Fernando Segóvia vai chefiar a Polícia Federal
O governo federal anunciou, na quarta-feira (8/11), o delegado Fernando Segóvia como novo diretor-geral da Polícia Federal. Ele substitui Leandro Daiello, que estava no cargo desde janeiro de 2011. Segóvia é bacharel em Direito pela Universidade de Brasília e está na PF há 22 anos. Foi superintendente regional da PF no Maranhão e adido policial na África do Sul. Já trabalhou em funções ligadas à área de inteligência da corporação nas fronteiras do Brasil.
A Federação Nacional dos Policiais Federais reclamou da “reserva de mercado” a bacharéis para a nomeação de diretores-gerais e da falta critérios ligados a “preparo de gestão e perseguir o critério da meritocracia”. Mas disseram que a escolha, “pelos critérios atuais, é adequada”.
Já a Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) vai se reunir em assembleia antes de se manifestar. Mas já criticou o fato de o governo não ter considerado uma lista tríplice enviada à Presidência da República em “meados de 2016” com nomes escolhidos pela entidade. A delegada Erika Marena, que trabalhava na operação Lava Jato, havia sido a mais votada. Mas o cargo de diretor-geral da PF é de livre nomeação do ministro da Justiça, sem nenhuma previsão de eleição, lista ou consulta pública.
Segóvia chega ao cargo com a missão de arbitrar os conflitos da categoria em torno da PEC 412/2009, que pretende alterar a Constituição Federal para dar autonomia administrativa e orçamentária à Polícia Federal. Na prática, transformaria a PF numa entidade semelhante ao Ministério Público, com vinculação apenas formal ao Poder Executivo, mas independente na prática.
A PEC é uma demanda da maioria dos delegados, que se dizem controlados pelo governo por meio da caneta que controla o Orçamento Público. Mas é criticada pelos agentes e escreventes da PF, que veem na proposta tentativa de dar aos delegados da PF controle sobre as atividades da corporação.