O dia 16 de junho homenageia o escritor irlandês James Joyce (1882-1941), autor de Ulisses. A data, conhecida no mundo por “Bloomsday”, foi instituída no Brasil em 1988, por iniciativa de Haroldo de Campos. Em Ulisses, Joyce relata acontecimentos ambientados em 16 de junho de 1904, na cidade de Dublin. Nesse dia, o protagonista, Leopold Bloom, perambula pelas ruas com o pensamento em Molly, por quem era apaixonado. Foi nesse dia, também, que Joyce saiu pela primeira vez com Nora, que seria sua companheira pelo resto da vida. A obra, narrativa do dia de um homem comum na Dublin de 1904, é tida como um épico moderno, e encontra muitas referências na Odisseia, de Homero.
Para auxiliar na compreensão do livro, Benedicto Moreira, assessor jurídico aposentado do Tribunal de Justiça, fez um apanhado dos seus dezoito capítulos, confrontando-os com passagens da Odisseia. Um dos trechos da resenha, publicada na seção Artigos, constata: “Em Ulisses, além da inovação de uma narrativa revolucionária, baseada no fluxo da consciência através do monólogo interior, Joyce criou um herói muito especial, totalmente diferente do herói-padrão do início do século XX. De fato, ciente da traição da mulher naquele atormentado dia 16 de junho de 1904, ele reage de uma forma inesperada para a época. Embora enciumado, atormentado e sofrido, ele reflete com clareza que ‘cada um que entra (na cama) se imagina ser o primeiro a entrar enquanto ele é sempre o último termo de uma série precedente mesmo se ele for o primeiro de uma série subsequente, cada um se imaginando ser o primeiro, último, único e sozinho, enquanto não é nem o primeiro nem o último nem o único nem sozinho numa série originada então e repetida ao infinito’”.
Confira, na íntegra, o artigo Ulisses, de James Joyce, de Benedicto Moreira.