As articulações de entidades de representação de classe contra as reformas que estão no Congresso Nacional terão como ponto culminante um ato em Brasília, no dia 24 de maio. O evento está sendo chamado por centrais sindicais, e adota a palavra de ordem #OcupeBrasília. Caravanas de todas as regiões do País deverão marcar presença. O objetivo é pressionar os membros do Congresso Nacional para que votem contrariamente aos projetos que tratam da reforma da Previdência, das mudanças na legislação trabalhista e da terceirização da mão-de-obra. Essas medidas procuram transferir para a classe trabalhadora a responsabilidade pela crise econômica e política que se agravou nos últimos dois anos.

 

 

Mentiras e perversidade – A destruição da Previdência social é um dos aspectos mais perversos das reformas. O discurso oficial se baseia na premissa de que o sistema “faliu”, e que é preciso estabelecer novos critérios para garantir a sua sustentabilidade. Essas alegações, no entanto, são desmentidas por números que indicam que o modelo previdenciário brasileiro apresenta superávit, desde que o repasse de verbas à seguridade se faça de acordo com a Constituição Federal. Além do mais, levantamento da Receita Federal comprova que grandes empresas acumulam mais de R$ 400 bilhões em sonegações. Sem apresentar resposta a esses problemas estruturais, o governo preferiu, com o apoio de congressistas sustentados por banqueiros e grandes empresas, criar normas que dificultam o acesso de milhões de pessoas a aposentadorias, pensões e outros benefícios.

Empregos precários – Na parte trabalhista, o que se anuncia é ainda mais sombrio. Trabalhadores regidos pela CLT correm o risco de precarização total dos seus empregos. Pelo projeto em discussão no Congresso, a proteção mínima prevista em lei para as relações de trabalho será substituída por “negociações” individuais, em que a correlação de forças é inteiramente desfavorável ao empregado. Esse esquema de barateamento do custo da mão-de-obra será completado com restrições do acesso dos cidadãos à Justiça do Trabalho e com a extensão indiscriminada das terceirizações, que poderão atingir atividades essenciais e aumentar a rotatividade de empregos.

 

Greve geral: manifestações paralisaram grandes cidades, como Curitiba, no dia 28 de abril

 

Parar o País – De acordo com avaliação de sindicatos e associações de classe, somente a mobilização dos vários setores que serão atingidos pelas reformas será capaz de influenciar os votos de deputados e senadores. Esse entendimento motivou uma ação importante das centrais sindicais do País, ocorrida no dia 28 de abril: a greve geral. A sequência, agora, será o #OcupeBrasília, em 24 de maio. Entre os líderes do movimento, cresce a tendência à convocação de uma nova greve geral, de 48 horas. O tema ainda está em debate. A ideia é expressar em atos de protesto a rejeição popular às reformas, um dado que já foi confirmado por vários institutos de pesquisas.