Kaindinski

 

 

A consolidação da carreira de consultor jurídico foi afirmada definitivamente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da ação direta de inconstitucionalidade nº 6.433/PR, ajuizada pela Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal. O julgamento em plenário aconteceu entre os dias 24 e 31 de março deste ano. Entre as disposições contestadas naquele processo, estava o artigo 243-B da Constituição do Paraná, com a redação que lhe deu a Emenda Constitucional nº 44/2019. O teor do dispositivo é o seguinte:

Art. 243B. A consultoria jurídica, o assessoramento jurídico e a representação judicial, no que couber, do Poder Judiciário, bem como a supervisão dos seus órgãos de consultoria e de assessoramento jurídicos, serão exercidas, privativamente, pelos assessores jurídicos do Tribunal de Justiça, que passam a ser denominados consultores jurídicos do Poder Judiciário, integrantes da carreira especial.
§ 1º. Os consultores jurídicos do Poder Judiciário poderão exercer, em caráter extraordinário, por determinação do presidente do Tribunal de Justiça, a representação judicial e a defesa do Poder Judiciário estadual nas causas envolvendo os interesses institucionais e a sua autonomia.
§ 2º. Aos consultores jurídicos do Poder Judiciário aplica-se, no que couber, o disposto nos §§ 2º e 3º do art. 125 desta Constituição.

 

Acesse, aqui, o acórdão do STF que consolidou a carreira de consultor jurídico.

 

Mobilização

Para que essa norma existisse e passasse a produzir efeitos, uma grande mobilização foi desencadeada pela Aconjur-PR a partir de 2016. Foram reuniões, estudos, contatos com desembargadores do Tribunal de Justiça e intervenções no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e no STF que conseguiram demonstrar as especificidades das funções exercidas pelos consultores jurídicos. O vasto material produzido nessa caminhada é o registro histórico de uma luta que envolveu toda a categoria.

 

Em Brasília: em março de 2018, Mariana Turra e Vitório Marini, da Aconjur-PR, visitaram o CNJ (foto: Aconjur-PR)

 

Caminhada

As primeiras manifestações da Aconjur-PR sobre o assunto vieram logo após o início do mandato presidido por Mariana Turra, e se intensificaram a partir de 2017. Essa etapa foi a base para a construção da tese que seria finalmente admitida pelo STF, formada a partir de estudos coordenados por Vitório Marini e desenvolvidos durante as últimas gestões da associação, sob a presidência de Sandra Pael Ribas.

 

No Tribunal de Justiça: em junho de 2018, representantes da Aconjur-PR participaram de reunião com a administração do Poder Judiciário (foto: Aconjur-PR)

 


Uma luta intensa