O falecimento da desembargadora aposentada Conchita Toniollo, aos 91 anos de idade, ocorrido no dia 9 de janeiro, teve grande repercussão nos meios jurídicos. Numa nota emitida logo depois do ocorrido, o Tribunal de Justiça do Paraná destacou o fato de ela ter sido uma das precursoras da magistratura feminina no estado, uma das primeiras juízas do Paraná. “Não fui a primeira, mas ajudei a abrir muitas portas para as mulheres na magistratura”, afirmou a desembargadora no ano de 2017, num evento da Associação Paranaense dos Juízes Federais (Apajufe) e da Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar).
Histórico – Conchita Toniollo era filha de Julio Toniollo e Cacilda Seeling Toniollo, e nasceu no dia 3 de dezembro de 1932, em Curitiba. Ela se formou bacharel pela Faculdade de Direito de Curitiba, na turma de 1964. Teve duas filhas – uma delas, Dione Kroll, é consultora jurídica aposentada –, e atuou por 36 anos na magistratura. A sua carreira como juíza substituta teve início no dia 12 de junho de 1966, na comarca de Sengés, sede da Seção Judiciária que abrangia as comarcas de Jaguariaíva, Piraí do Sul, Castro, Wenceslau Braz e São Jerônimo da Serra. Depois, em 1967, após aprovação em concurso público para juiz de direito, foi nomeada para as comarcas de Wenceslau Braz e Rio Negro. Promovida para a comarca de Francisco Beltrão, ali permaneceu até 1973, quando retornou, por remoção, a Rio Negro. Em 1979, Conchita atuou na comarca de Campo Largo, pela qual respondeu até 1981. Foi convocada para atuar na Câmara Cível do Tribunal de Alçada e, por duas vezes, por convocação, atuou como substituta no Tribunal de Justiça, na Câmara Criminal. Em 3 de dezembro de 1993, tomou posse como juíza do Tribunal de Alçada, onde exerceu a vice-presidência em 2002, e foi promovida a desembargadora em 22 de março de 2002, pelo critério de antiguidade. Aposentou-se compulsoriamente no dia 3 de dezembro de 2002.
Ideal – Ao longo da carreira, Conchita Toniollo enfrentou várias dificuldades, mas sempre teve como ideal fazer “algo de bom para a humanidade”. Com essa base humanista, atuou para acelerar a tramitação de processos nos locais onde exerceu a função de magistrada. Um dos seus julgamentos de grande repercussão foi a interpretação da lei sobre a responsabilidade dos motoristas ao dirigirem embriagados. “Para ser juiz, é preciso muita dedicação, é um sacerdócio. É preciso estudar bastante, trabalhar durante o dia, às vezes durante a noite, nos fins de semana, nas férias. A regra é atender as necessidades da sociedade e dar uma resposta rápida”, disse em uma entrevista de 2014.
Informações extraídas de nota de pesar publicada do site do TJPR.