Dalton Trevisan foi fundista do Atlético Paranaense, o Furacão, no final dos anos 1930 e início dos 1940. Tinha uns 15 anos. Queria ser campeão nos 110 metros. Corria de óculos, calção branco e sem camisa. Há uma foto. Logo depois, o Vampiro foi estudar Direito. Nessa condição, pelo time da faculdade, pisou contrariado o tapete verde do Coritiba, o Coxa Branca, em jogo de equipes estudantis. Futebol? Não gostava. Samba? Nem pensar – apesar de a temática de seus livros ser as classes inferiores da sociedade.
Chegou a procurar autoridades locais para exigir providências contra o Coritiba. É que sua casa ficava perto do estádio – e os fogos e o barulho da torcida tocavam o terror em seus cães, a cadelinha Firififi e o salsicha Tobi. Ambos, aliás, personagem de seus livros.
O Vampiro gostava tanto de esporte que na adolescência chegou a traçar umas linhas sobre o tema num jornalzinho curitibano. Dizia, em tom positivista, que o esporte era “era elemento necessário à formação do caráter”.
Marcos Barrero é repórter. Certa vez, apresentando-se como professor (que de fato era, mas de jornalismo), entrevistou Dalton Trevisan. O texto, publicado na revista Status em maio de 1980, fez enorme sucesso.